terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Que raio querem que eu diga? No fundo eu sei que é tudo um delirio causado por um disturbio bio-quimico, mas parece-me bem mais profundo que isso. A sensação de despersonalização consome-me ao sentir as barreiras a quebrar, impotente assistente à mudança de personagens de uma cena de teatro barato sem qualidade onde o novo personagem nada terá a ver com o anterior, onde não encontro pontos ou ideias comuns e cuja alucinante dança por detrás das cortinas não consigo acompanhar, incauto espectador participante de um jogo perturbado e demente, perdido sem a força para ordenar o caos que criou por vontade de explorar os limites da mente humana sem nunca os ter alcançado por muita dor e perda e desespero e ansiedade e mudança e monotonia e amor e ódio que tenha sofrido e continue a sofrer.

Apetece-me gritar de dor enquanto o frio dilacera as minhas veias, a corrente imparavel do sangue gélido que leva a cada parte do meu corpo um pedaço da dor arrancada da minha mente, permitindo um escape mais fisico ao desespero do vazio apenas preenchido por sentimentos vagos e incertos onde a unica certeza é o desejo de me libertar de tudo o que sinto, de apagar todas as personagens excepto uma, qualquer uma que queira ficar para trás e lidar com o que restou depois da corrupção do ser que há 20 anos nasceu.

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